sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Passos do descaso...
E continuei caminhando, sempre firme e atento à situações por nós consideradas meros detalhes. O detalhe de um homem magro, completamente sujo e com roupas rasgadas dormindo em uma calçada grande, talvez mais que sua esperança, juntamente com duas crianças aparentando terem menos que dez anos e uma mulher, que suponho sejam seus filhos e sua esposa, respectivamente. Havia também ao seu lado uma carroça de madeira, por sinal, parecia ter muito tempo de uso, que por certo, é a sua ferramenta de trabalho, ou, traduzindo para o mundo que se diz desenvolvido, sua empresa de prestação de serviços.
E como será que foi dormir o grande empresário em sua mansão? Deitado em uma cama que para ele vale mais que uma vida, num quarto onde o ar-condicionado é indispensável, ao lado sua esposa, que naquele momento pode estar sonhando com seu cabelo, seu corpo, sua bolsa nova, enfim, imagine você mesmo. Será que ele está preocupado com seus negócios? Com seu dinheiro aplicado na bolsa de Nova York? Bem, ele pode ser rico por merecimento, imagino, mas e aquele sujeito dormindo com a família na calçada, por que ele não merece melhor sorte?
Com mais de três horas de caminhada, já havia refletido sobre diversos assuntos e procurado entendê-los de diversas formas, sem sucesso. Procurava pensar em tudo desde o seu gênesis, o mundo já foi destruído em virtude da maldade humana, seria essa a solução? Parece que não, pois o arco-íris ainda vem depois da chuva.
Numa cidade tão grande feito São Paulo, eu caminharia durante dias e observaria milhões de coisas diferentes e merecedoras de reflexão, contudo eu já estava muito cansado e meus passos já eram desordenados, pude extrair desse método terapêutico boas e novas experiências, espero poder voltar a utilizá-lo dentro em breve, sinto-me como se eu estivesse sendo completado espiritualmente e, de certa forma, cumprindo uma missão, não sou hipócrita para ficar apontando a ferida, sei que tenho de fazer a minha parte, mas também não sou burro para achar que mudarei tudo sozinho, deste modo, após essa árdua caminhada concientizei-me ainda mais de que nós precisamos nos salvar! Nós precisamos nos salvar! Urgentemente, precisamos nos salvar!!!
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A gente muda! O mundo muda !
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Quem é quem?
domingo, 16 de novembro de 2008
Invisibilidade. A gente vê por aqui.
É tão bom chegar em casa, tomar um café e relaxar no sofá da sala assistindo uma das novelas da globo. Como é gostoso esperar o dia inteiro para ver o próximo capítulo. Isso é um colírio para os nossos olhos e para a nossa mente. Para algumas pessoas não há sensação melhor. E como nós nos envolvemos com essas novelas, como gostamos de ver o que acontece na vida das outras pessoas, às vezes ate choramos com as histórias.
Quando ligamos a TV podemos ver belas casas, lindas mulheres, as pessoas freqüentam as praias e andam pelas belas ruas de São Paulo ou do Rio de Janeiro. Os personagens são todos ricos e bem empregados, aqueles que não têm emprego têm uma favela linda para cuidar, onde todos são amigos, e tudo é belo, onde a droga é proibida e a violência nem chega perto.
É tudo tão perfeito, as ruas são limpas, não vemos pessoas pedindo esmola no farol, nem mesmo pessoas dormindo no sereno e no frio. Como seria maravilhoso viver do lado de lá da telinha. Isso tudo que gostamos de ver é só uma forma de fugirmos de um mundo remoto.
Como é fácil fecharmos os olhos e esquecermos de tudo que está ao nosso redor.
A invisibilidade está por toda a parte. Nesse mundo hipócrita tapar o sol com a peneira é tão comum quanto divertido. Afinal nós adoramos comprar “mentiras”, ainda mais quando está em liquidação.
E assim, com todo esse apoio nós vamos aprimorando a cada dia a nossa cegueira.